Microencapsulados de extrato do resíduo de acerola: aspectos físicoquímicos e compostos bioativos.

Nome: BÁRBARA TEIXEIRA GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/11/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
POLLYANNA IBRAHIM SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE GUSTAVO VASCONCELOS COSTA Examinador Interno
JOEL CAMILO SOUZA CARNEIRO Examinador Interno
MARIA EMÍLIA RODRIGUES VALENTE Suplente Externo
PAULO CESAR STRINGHETA Examinador Externo
POLLYANNA IBRAHIM SILVA Orientador

Páginas

Resumo: As indústrias alimentícias produzem grandes quantidades de resíduos, principalmente quando se utiliza frutas como matéria prima. Na maioria dos casos esses subprodutos não tem destino específico e geralmente são subutilizados ou descartados de forma inadequada, representando um grande problema de poluição ambiental. Bagaços, cascas e sementes, são subprodutos da indústria de frutas, ricos em compostos bioativos, podendo apresentar maiores teores que suas respectivas polpas. Espera-se que o presente estudo incentive o aproveitamento, novas pesquisas e valorize os subprodutos de frutas. O objetivo desse estudo foi obter e microencapsular o extrato de resíduo do despolpamento de acerola e promover sua aplicação em um sistema modelo alimentício. O extrato do resíduo foi obtido pela extração com etanol 80% (v/v) assistida por ultrassom de banho, e apresentou elevadas concentrações de bioativos, 4646,57 mg de quercetina e 2111,93 mg de ácido p-cumárico por litro de extrato, alta capacidade antioxidante e cor vermelha intensa. O extrato foi encapsulado por spray dryer (SD) e liofilização (FD), utilizando como agentes a maltodextrina (MD), goma arábica (GA) e proteína isolada do soro de leite (PIS). Os pós foram caracterizados quanto a umidade, higroscopicidade, solubilidade, cor, teor de compostos fenólicos, flavonoides e antocianinas, capacidade antioxidante, eficiência da microencapsulação e morfologia. O melhor pó, definido pela função desejabilidade, foi aplicado em um sistema modelo de gelatina e as análises de cor, conteúdo fenólico total, flavonoides totais, antocianinas totais, capacidade antioxidante ABTS, DPPH e FRAP, foram realizadas nos tempos zero, 12, 24, 36 e 48 horas de armazenamento. As micropartículas secas por spray drying exibiram estruturas esféricas com concavidades e por liofilização apresentaram formato irregular, superfície porosa e rugosa. As condições de microencapsulação influenciam significativamente e diferentemente nas variáveis analisadas, de modo que cada condição possui vantagens e desvantagens. Observou-se que as condições SD/MD e FD/GA foram as mais vantajosas para se obter corantes naturais, sendo que a condição SD/MD apresentou no geral melhores caracteristicas físicas e o maior teor de ácido p-cumárico, 170,61 µg/g de pó. O teor de compostos fenólicos dos pós obtidos variou de 1013,88 a 1855,11 mg de ácido gálico equivalente/100 g de pó, o teor de flavonoides esteve entre 67,95 e 274,31 mg de catequina equivalente/100 g de pó e as antocianinas totais foram de 20,19 a 33,85 mg de cianidina-3-glicosídeo/100 g de pó. A capacidade antioxidante ABTS e DPPH dos pós variou de 21,89 a 85,35 e 19,27 a 66,91 micromol de Trolox equivalente/g de pó, respectivamente e FRAP de 103,17 a 256,56 micromol de sulfato ferroso equivalente/g de pó. O tratamento SD/GA se mostrou eficaz para obtenção de compostos fenólicos e flavonoides, com maior capacidade antioxidante FRAP e maior concentração de quercetina, 289,38 µg/g de pó. Para obtenção das antocianinas o melhor tratamento foi FD/GA, apresentando maiores capacidades antioxidantes DPPH e ABTS. O pó SD/PIS foi incorporado a gelatina, em que se verificou que os compostos bioativos seguiram a cinética de degradação de primeira ordem e foram sensíveis ao tempo de armazenamento e à presença de luz. Ocorreram reduções nas capacidades antioxidantes durante o armazenamento devido a degradação dos compostos fenólicos. A gelatina manteve a cor original durante o armazenamento, o que é desejável para futura utilização desse pó em produtos alimentícios. Conclui-se que a reutilização do resíduo de acerola é uma alternativa promissora e sustentável a ser incluída em produtos alimentícios.

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