Efeito do extrato aquoso de café verde (Coffea canephora) na saúde intestinal de animais alimentados com dieta hipercalórica e hiperlipídica.
Nome: NATÁLIA ALVES DE SOUZA MENEGUELLI
Data de publicação: 23/09/2024
Banca:
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Papel |
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ANDRE GUSTAVO VASCONCELOS COSTA | Presidente |
CINTIA TOMAZ SANT'ANA | Examinador Interno |
DENNYS CORREA CINTRA | Examinador Externo |
LEONARDO OLIVEIRA TRIVILIN | Coorientador |
MARIANA GRANCIERI | Coorientador |
Resumo: Hábitos alimentares inadequados, como o excesso calórico e dietas ricas em gordura saturada, estão relacionados ao desenvolvimento da obesidade e a alterações intestinais. O café verde é rico em compostos bioativos antioxidantes, que podem auxiliar no manejo da obesidade. No entanto, seus efeitos sobre a saúde intestinal, especialmente no contexto da obesidade, ainda não estão totalmente esclarecidos. O objetivo foi avaliar o efeito do extrato aquoso de café verde na saúde intestinal de um modelo animal de obesidade. Foram utilizados 32 ratos Wistar adultos, divididos em quatro grupos experimentais (n=8): grupo CT – controle negativo (dieta controle comercial, sem suplementação de extrato de café verde), HF – controle positivo (induzido à obesidade, sem extrato de café verde), HFP – grupo experimental de prevenção (induzido à obesidade, com suplementação do extrato desde a 1ª semana experimental) e HFT – grupo experimental de tratamento (induzido à obesidade, com suplementação de extrato a partir da 8ª semana). A obesidade foi induzida durante oito semanas com uma dieta hipercalórica e hiperlipídica (HF). Ao final da 16ª semana, os animais foram eutanasiados. Coletaram-se amostras do tecido colônico para análises de marcadores oxidativos (catalase, superóxido dismutase - SOD e óxido nítrico - ON), morfometria e proteínas de junção. O conteúdo cecal e colônico foi utilizado para as análises de pH, ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e imunoglobulina A. O consumo alimentar foi monitorado diariamente, e o peso semanalmente. Na análise estatística, aplicou-se teste t entre CT e HF, e ANOVA seguido de Tukey para HF, HFP e HFT, adotando-se 5% de probabilidade. Em comparação à CT, o grupo HF apresentou médias significativamente maiores (p<0,05) para coeficiente de eficiência alimentar e calórica, ganho de peso e parâmetros murinométricos, confirmando a indução à obesidade. Observou-se também, redução significativa (p<0,05) do pH intestinal, ON, SOD, parâmetros morfométricos, claudina e ocludina. Contudo, a suplementação com o extrato não alterou os parâmetros relacionados ao consumo alimentar e murinométrico dos animais. Por outro lado, no grupo HFP, o extrato preveniu as alterações na mucosa e a redução das proteínas de junção, enquanto no grupo HFT houve redução do pH intestinal, aumento de butirato e acetato e recuperação morfométrica e aumento de claudina e ocludina. Esses achados evidenciam os benefícios do extrato aquoso de café verde para a saúde intestinal, destacando seu potencial como estratégia na prevenção e tratamento de alterações intestinais induzidas por uma dieta high-fat.