Efeito do extrato de café verde (Coffea canephora) nos biomarcadores metabólicos e na morfologia dos tecidos hepático e adiposo, em ratos com obesidade induzida por dieta rica em gordura.
Nome: MANUELLA DOMICIANO DO NASCIMENTO
Data de publicação: 26/09/2024
Banca:
Nome |
Papel |
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| ANDRE GUSTAVO VASCONCELOS COSTA | Presidente |
| CINTIA TOMAZ SANT'ANA | Examinador Interno |
| DENNYS CORREA CINTRA | Examinador Externo |
| NEUZA MARIA BRUNORO COSTA | Coorientador |
Resumo: A obesidade é uma condição crônica global que resulta em excesso de gordura corporal, aumentando o risco de doenças como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Está associada à resistência à insulina, dislipidemia, inflamação crônica e estresse oxidativo. Alimentos contendo compostos bioativos têm mostrado potencial para auxiliar na modulação da obesidade. O café verde (Coffea canephora) ou cru, é rico em compostos bioativos como ácido clorogênico, cafeína e trigonelina, que apresentam menor perda quando não passados pela torra. Estudos indicam que o café verde pode oferecer benefícios para reduzir o estresse oxidativo e o peso corporal. Assim, objetivou-se avaliar o efeito do extrato de café verde sobre alterações metabólicas e morfologia dos tecidos hepáticos e adiposo, em ratos submetidos a obesidade. A amostra de café verde foi obtida de produtores do Caparaó Capixaba. Inicialmente quantificou-se os compostos majoritários do café verde. Após 48 ratos Wistar adultos foram divididos em quatro grupos (n=12): grupo CT (dieta controle comercial, sem suplementação de extrato de café verde), HF (dieta hipercalórica rica em gordura, sem suplementação de café verde), HFP (dieta hipercalórica rica em gordura, suplementada com extrato de café verde desde a primeira semana de experimento) e HFT (dieta hipercalórica rica em gordura, suplementada com extrato de café verde a partir da oitava semana de experimento). A dieta para indução da obesidade foi hipercalórica e hiperlipídica (5,35kcal/g), composta por 31,2 % de banha de porco. A suplementação com extrato de café verde foi realizada diariamente, com a preparação de 2 mL de extrato por animal, que foi incorporado à dieta dos animais. Os animais foram monitorados diariamente quanto à ingestão alimentar e semanalmente quanto ao peso corporal. Na 15ª semana, foi realizado o teste de tolerância à glicose intraperitoneal. Na 16ª semana os animais foram submetidos a jejum de 12 horas e eutanasiados por punção cardíaca. O sangue foi coletado e centrifugado para análises dos marcadores metabólicos. O tecido adiposo epididimal e o fígado foram removidos, pesados e preparados para análises inflamatórias, oxidativas e histológicas. Foi aplicado o teste t para comparação dos resultados dos grupos controle e ANOVA, complementada com teste de Tukey (p>0,05) para comparação dos grupos testes com o controle positivo. O modelo de obesidade proposto foi efetivo, como demonstrado pelo ganho de peso, coeficiente de consumo alimentar e calórico e parâmetros murinométricos. Por outro lado, o extrato de café verde não apresentou efeitos significativos sobre o consumo alimentar, ganho de peso, intolerância à glicose, perfil oxidativo, inflamatório ou morfologia do tecido adiposo. O grupo HFT apresentou menores concentrações de aspartato aminotransferase e aumento dos níveis de HDL-c, além de redução na gravidade da esteatose hepática, passando de grave para moderada. O extrato de café verde pode beneficiar a saúde hepática em condições de obesidade, promovendo na modulação de marcadores hepáticos, além de atenuar a gravidade da esteatose no fígado, indicando seu potencial coadjuvante no tratamento das alterações metabólicas decorrentes do consumo excessivo de calorias e de gordura.
