Efeito dos feijões-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) biofortificados na biodisponibilidade de ferro e no metabolismo glicídico e lipídico de ratos anêmicos alimentados com dieta rica em gordura e açúcar.

Nome: ANA PAULA RIBEIRO GASPAR

Data de publicação: 27/08/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CÍNTIA TOMAZ SANT´ANA Coorientador
HÉRCIA STAMPINI DUARTE MARTINO Examinador Externo
MARIA DAS GRACAS VAZ TOSTES Examinador Externo
MARIANA GRANCIERI Coorientador
NEUZA MARIA BRUNORO COSTA Presidente

Resumo: A deficiência de nutrientes e micronutrientes é condição de elevada incidência mundialmente, seja pela ausência de uma dieta nutricionalmente equilibrada ou pelo consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e açúcar e pobres em vitaminas e minerais. Isso pode ocasionar complicações metabólicas, sistêmicas, incluindo disfunções no metabolismo do ferro, glicídico e lipídico, predispondo o indivíduo a doenças crônicas não transmissíveis. Nesse contexto, o feijão biofortificado surge como uma estratégia para mitigar esses efeitos deletérios, atenuando quadros dislipidêmicos, marcadores do perfil glicídico e contribuindo no combate à anemia ferropriva. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito dos feijões-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) biofortificados na biodisponibilidade de ferro e no metabolismo glicídico e lipídico de ratos anêmicos alimentados com dieta rica em gordura e açúcar. Foram utilizados dois cultivares biofortificados, BRS Aracê, BRS Tumucumaque e um cultivar convencional, BRS Pajeú. As análises físico-químicas determinaram a composição nutricional dos feijões. A biodisponibilidade de ferro foi avaliada pelo método depleção/repleção em modelo animal (n=60), consumindo dieta AIN-93G com 30% de teor lipídico, tendo como fonte principal a banha de porco e 30% de açúcar (dieta HFHS) ou dieta normal (NS). Na fase de depleção (21 dias), 12 animais receberam dieta NS, e 48 consumiram HFHS, ambas isentas de ferro. Na fase de repleção (35 dias), os animais receberam 12 ppm de ferro, proveniente de sulfato ferroso (SF) ou feijão-caupi. O grupo HFHS foi subdividido em quatro grupos (n=12): HS (HFHS + SF), HA (HFHS + Aracê), HT (HFHS + Tumucumaque) e HP (HFHS + Pajeú). A hemoglobina foi avaliada ao final da depleção e após 14 e 34 dias da repleção. Foram realizadas análises histológicas e bioquímicas relacionadas ao metabolismo lipídico, glicídico e férrico. Os resultados foram submetidos ao teste t não pareado, Análise da Variância seguida do teste de Tukey e correlação de Pearson (p<0,05). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética (protocolo 013/2022). Como resultados, verificou-se que os taninos estavam ausentes nos três genótipos. O Aracê apresentou maior teor proteico e o Pajeú maior teor de fibra solúvel, amido resistente, fenólicos totais e razão Fitato:Ferro. As culturas biofortificadas demonstraram maior teor de ferro nos grãos. Todos demonstram biodisponibilidade de ferro semelhante à dieta padrão HS pelo RBV e HRE. O HA apresentou maior ganho de hemoglobina, menor pH e maior teor de butirato fecal do que o HP e apresentou ainda maior HDL-c, menor incremento da área abaixo da curva glicêmica e insulina do que o grupo HS. O HP obteve menor glicemia, triglicérides de jejum, índice TyG e razão TG/HDL-c. Todos os feijões apresentaram menor razão CT/HDL-c, mas menor excreção de triglicérides fecais comparadas ao HS. Todos os grupos demonstraram ausência de esteatose hepática. Os feijões-caupi, em geral, se mostraram boas fontes de ferro de alta biodisponibilidade e com propriedades promissoras para contrapor complicações do alto consumo de gordura e açúcar.

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